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DOENTES E CANÁBIS PARA FINS MEDICINAIS

A ideia da canábis para fins medicinais para o tratamento de uma condição médica poderá começar no doente. Saiba mais sobre como a canábis para fins medicinais poderá constituir uma opção para o tratamento de alguns doentes.

De acordo com as normas aplicáveis em Portugal, a canábis para fins medicinais só deve ser utilizada em doentes cujo nível de cuidados disponível não proporciona um alívio suficiente dos sintomas ou implica efeitos secundários não toleráveis pelo doente.1,2 Por conseguinte, a canábis para fins medicinais deve ser utilizada em doentes refratários que necessitam de melhorar o controlo dos seus sintomas e a sua qualidade de vida. As indicações terapêuticas em que a canábis para fins medicinais é geralmente utilizada ainda apresentam elevadas necessidades médicas não satisfeitas, de acordo com a presente epidemiologia. A canábis para fins medicinais pode constituir uma terapêutica complementar importante nos casos em que a qualidade de vida dos doentes é gravemente afetada e em que não existem outras soluções, sobretudo considerando que pode servir para controlar vários sintomas através de ações farmacológicas complementares.

De acordo com as normas aplicáveis em Portugal, a canábis para fins medicinais só deve ser receitada a doentes cujo nível de cuidados disponível não proporciona um alívio suficiente dos sintomas ou implica efeitos secundários não toleráveis pelo doente. 1,2 Para que seja feita a seleção adequada dos doentes em condições para iniciarem tratamento com canábis para fins medicinais, há que ter em atenção as contraindicações dos dois canabinoides principais presentes nestes produtos (THC e/ou CBD). Para obter informações adicionais sobre as contraindicações e a seleção de doentes, consulte a secção O QUÊ: RISCOS DA CANÁBIS PARA FINS MEDICINAIS deste website.

As principais indicações da canábis para fins medicinais variam de país para país de acordo com a legislação nacional e com a ação farmacológica dos dois canabinoides principais (THC e/ou CBD). Em Portugal, existe uma lista de indicações terapêuticas específicas, aprovada pelo Infarmed, consideradas apropriadas para as preparações e substâncias à base da planta da canábis, a prescrever apenas nos casos em que se determine que os tratamentos convencionais com medicamentos autorizados não estão a produzir os efeitos esperados ou provocam efeitos adversos relevantes. 1 As indicações aprovadas incluem: espasticidade associada a esclerose múltipla ou lesões da espinal medula; náuseas e vómitos (resultantes de quimioterapia, radioterapia e terapia combinada de VIH e medicação para hepatite C); estimulação do apetite nos cuidados paliativos de doentes sujeitos a tratamentos oncológicos ou com SIDA; dor crónica (associada a doenças oncológicas ou ao sistema nervoso, como dor neuropática causada por danos ao nível do sistema nervoso, dor de membro fantasma, nevralgia do trigémeo ou após herpes zóster); síndrome de Gilles de la Tourette; epilepsia e tratamento de distúrbios convulsivos graves na infância, como as síndromes de Dravet e de Lennox-Gastaut, e; glaucoma resistente à terapia. 1

Para ficar a conhecer as várias áreas terapêuticas possíveis que comprovam o benefício da canábis para fins medicinais, consulte a secção PORQUÊ: EVIDÊNCIAS DOS PRODUTOS MEDICINAIS À BASE DE CANABINOIDES deste website.

Dependendo da área terapêutica, a evidência clínica da canábis para fins medicinais pode variar. Relativamente às indicações mais frequentes, como dor crónica, espasticidade relacionada com esclerose múltipla, epilepsia refratária, náuseas e vómitos induzidos por quimioterapia e estimulação do apetite em síndromes de caquexia, os elementos de prova existentes sustentam a utilização da canábis para fins medicinais em doentes refratários. Várias organizações médicas e científicas já recomendaram produtos medicinais à base de canabinoides para determinadas indicações terapêuticas. Para ficar a conhecer as várias áreas terapêuticas possíveis que comprovam o benefício da canábis para fins medicinais, consulte a secção PORQUÊ: EVIDÊNCIAS DOS PRODUTOS MEDICINAIS À BASE DE CANABINOIDES deste website.

Existe uma distinção clara entre uso medicinal e uso recreativo da canábis. O uso medicinal da canábis abrange necessidades médicas não satisfeitas, apoiando-se na ação farmacológica dos canabinoides, para áreas terapêuticas em que a literatura apoia a sua utilização. O controlo e a supervisão do médico, a finalidade da utilização e as quantidades geralmente necessárias estabelecem uma diferenciação significativa entre o uso medicinal e o uso recreativo da canábis. Para saber mais sobre a ação farmacológica dos canabinoides, consulte a secção O QUÊ: SOBRE A CANÁBIS PARA FINS MEDICINAIS deste website. Para também ficar a conhecer as várias áreas terapêuticas possíveis que comprovam o benefício da canábis para fins medicinais, consulte a secção PORQUÊ: EVIDÊNCIAS DOS PRODUTOS MEDICINAIS À BASE DE CANABINOIDES deste website.

Em Portugal, as preparações e substâncias à base da planta da canábis para fins medicinais ainda não são comparticipadas. Nabiximols é o único produto comparticipado, uma vez que faz parte de uma categoria jurídica diferente, os medicamentos. A comparticipação de nabiximols é de 37% (regime normal) e 52% (regime pensionistas) do preço de venda ao público. 3

Referências Bibliográficas
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